segunda-feira, 19 de julho de 2010

Reféns do medo

Como o medo pode nos impedir de aproveitar a vida plenamente?


"Vaidade e orgulho são coisas diferentes, apesar das palavras serem frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. Orgulho é relacionado mais à nossa opinião sobre nós mesmos, vaidade àquilo que os outros pensariam de nós."

Vivemos em meio a um monte de bizarrices assustadoras. Assaltantes, políticos corruptos, maníacos, acidentes perigosos cada vez mais comuns, pessoas irritadas, individualistas... Onde fomos parar? O que devemos fazer? O mundo não vai mudar ao estalo dos nossos dedos. Vamos nos esconder? Fugir? Para onde? Como? E deixarmos de viver prazerosamente? Não! Não podemos... Não devemos. Senão nos tornaremos reféns do medo. E continuaremos inertes, deixando de crescer. Deixaremos de aproveitar a vida com todos seus defeitos, deixaremos de conhecer melhor aos outros e a nós mesmos, deixaremos de provar do amargo e também do doce, deixaremos então a vida passando, como um filme ao qual assistimos mas do qual não participamos. Temos de nos libertar deles, dos grilhões do medo.

Quero a coragem. Coragem para sair andando pelas ruas, coragem para olhar no fundo da minha alma, coragem para ser sozinho, coragem para amar alguém, coragem para me entregar, coragem de conversar com quem nunca vi antes ou já vi mas nunca conheci, coragem para experimentar novos pratos, novas músicas, novas mentes, novos livros, novos gostos.


O terror que nos aprisiona às vezes passa despercebido para quem não é atento. Covarde não é aquele deixando de praticar o paraquedismo. Não! Esse é o tipo de fobia mais leve que poderíamos ter. O pior tipo é aquela que sempre está ao nosso lado, mas que não percebemos. Aquela criada e alimentada por nós mesmos. Aquela que nos mata aos poucos, mas que ao final da vida nos causa os maiores arrependimentos.


Os orgulhoso têm medos. Se assustam com o fato de que as pessoas podem conhecer seus defeitos, e por isso não os admitem.
Os preconceituosos têm medos. Julgam algo antes de conhecerem, para não correrem o risco de perderem tempo conhecendo algo que possa lhes desagradar, porém, dessa forma, deixam de experimentar algo que talvez os agrade.

Os egocêntricos têm medos. O que seriam deles se não fossem o centro das atenções? Não seriam esquecidos, deixados de lado?

Desmascarando a todos eles, vemos que são todos imperfeitos, assustados, acanhados. São formas de assombro que às vezes nos tomam sem a gente ter conhecimento disso, nos tornando cada vez mais desconfiados e infelizes. Se não identificarmos nossos horrores, cairemos perante a eles.
Deixemos de criticar aquilo que não conhecemos a fundo, deixemos de nos preocupar com o que vão pensar de nós, com a imagem que passamos ou queremos passar, deixemos de ter o pavor de não nos reconhecerem por nossos feitos.

Não vamos dar espaço a imprudência! Pelo contrário! Vamos dar espaço a capacidade de entender melhor o mundo, errando ou acertando, vamos aprender mais sobre ele. Vamos cuidar de nós mesmos, mas da forma correta, e não deixando de viver.


Podemos conhecer a fundo aquilo que sempre passou despercebido aos nossos olhos. Conheceremos então um novo mundo, muito mais interessante e divertido. Enxergaremos através de diferentes perspectivas. Não teremos a vergonha de nos entregar como somos de todas as maneiras possíveis, e teremos a força para incentivar quem está próximo a se superar também.
Ouviremos críticas e elogios, porém não importarão para nós. Porque teremos a plena consciência de quem somos, sem tirar nem pôr.

Abraços do Canhoto Vegetariano