sábado, 3 de julho de 2010

The Prince Charming?

Como muitos têm uma noção errada do que é a vida real.

Acontece mais ou menos assim:
A menina cresce, sofre a vida inteira vivendo só com sua madrasta maligna que sempre a deixou feia e passando fome, até que um dia ela encontra um príncipe encantado em um cavalo branco que tira ela daquilo tudo e eles vivem felizes para sempre. E sabe o que ela precisou fazer pra tudo isso? Nada. Ou seja, a vida dela era uma merda, mas certo dia, aleatoriamente, surgiu a solução para todos os problemas dela. Parece real pra você? Não? Nem pra mim...
Talvez seja porque se trata de uma ficção. Não é real, e nunca vai ser.

O problema é que é essa a imagem de que muitas pessoas têm da vida.
Esperam sentadas, ou fazem muito pouco para melhorarem. Esperam que com um acontecimento novo, como um namoro, todos seus problemas serão resolvidos. Acabará a carência, os problemas de auto-estima, você não vai mais ter preocupações. "Amanhã eu resolvo"; "Assim que acontecer isso, eu faço aquilo!"; "Com o tempo isso passa". Pffffff... Quem queremos enganar com esse bando de mentiras e falsas expectativas? Só estamos enganando a nós mesmos.

O que realmente aconteceu é que fomos treinados pelas historinhas encantadoras quando crianças, pela mídia que só mostra pessoas perfeitas, pelos avanços da tecnologia que tornaram tudo mais fácil. Fomos treinados para nos tornarmos pessoas extremamente mimadas.


Tá achando ruim? Senta e reclama, como sempre.


Mimadas? Sim, mimadas. Eu sou, você é, a maioria de nós fomos mimados. Não há como negar. Aí o que realmente acontece? Entramos em relacionamentos já esperando algo da outra pessoa, mas pensando muito pouco em no que podemos oferecer ao amante, ao amigo, ao colega do trabalho, ao companheiro de quarto. Vivemos de esperar dos outros, e não de servi-los pela felicidade deles.

E isso dá certo?
Não... é claro que não dá certo, é por isso que hoje em dia a taxa de divórcio por exemplo no Brasil, é cada vez maior, como visto em notícias como essas:
http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mulher/mat/2009/01/30/estudo-do-bid-relaciona-novelas-divorcios-no-brasil-754213091.asp

"Estudo do BID relaciona novelas a divórcios no Brasil"


http://oglobo.globo.com/pais/mat/2006/12/05/286900291.asp
"Taxa de divórcio no Brasil cresce e é a maior desde 1995" (Notícia de 2006)


Pensem, será mesmo que essa vidinha fácil que a gente vê na na mídia, influencia no divórcio? Não criamos expectativas muito grandes acerca de nossos relacionamentos interpessoais? Como eu tenho contribuído em meu namoro ou na minha amizade? Será que eu faço outras pessoas felizes, ou só tenho me preocupado com a minha felicidade recentemente? Me preocupo com os sentimentos daqueles que são importantes para mim?


Sabem como é a vida real?
Não envolve cavalos brancos, mulheres perfeitas, príncipes encantados, fada e bruxa, vilão e herói. Dentro de todos nós temos um pouco de ruim e um pouco de bom. Somos desequilibrados, temos de lidar com nossas imperfeições e domesticar os fantasmas de nossas mentes. Estamos longe de sermos perfeitos ou de encontrarmos alguém perfeito. A vida real é mais parecida com a do Shrek do que com a da Cinderela.



"Sabe, Burro? Nós ogros, somos como cebolas... Somos feito de camadas."

Porra, CV, mas agora não posso mais sonhar, só porque você me vem com esse texto escroto?

Caro leitor, não seja extremista. Para tudo existe um equilíbrio. Deve-se sonhar, mas não viver de sonhos. A vida é boa, mas é difícil. Não é feita só de momentos bons e, aliás, acho que nada seríamos de nós se a vida fosse só felicidade. Não aprenderíamos nada, não veríamos a graça que vemos nos melhores momentos de nossa vida, se não fossem pelos benditos de dificuldade.

Garotinhas, não existem Edward Cullen's. Não adianta procurarem. E não existem clones da Megan Fox por aí também, companheiros. Não reclamem comigo, é a verdade.

Portanto, suplico nesse texto que acordemos para a vida de verdade. Que coloquemos o pé no chão, que percebamos que todos são bons e ruins, que somos imperfeitos mesmo, e que podemos ser felizes assim.
Suplico que percebamos como temos de se importar em fazer os outros felizes, e deixemos de lado nosso egoísmo ao pensarmos que só o outro lado tem de renunciar de certas coisas, que só o outro precisa se esforçar por nossa felicidade. Temos de trabalhar para alcançar a felicidade, ninguém é feliz se não faz outros felizes. Sim, bobão, a sua felicidade parece depender dos outros até nisso! Talvez porque não fomos feitos para sermos individualistas como somos nos dias de hoje, mesmo.


Abraços do Canhoto Vegetariano (que está pensando em um novo nome pro blog, e aceita sugestões)!